domingo, 26 de agosto de 2012

DEPOIMENTO: PAT FRANÇA GOMES



“O que não me mata, só me fortalece”

Sempre que penso em dar um depoimento sobre o câncer de mama que tive, confesso que fico um pouco constrangida em relação a outras mulheres que passaram por situação pior do que a minha.

Diante do diagnóstico precoce, da minha idade na época (46 anos) e características do tumor, o tratamento sugerido foi a quadrandectomia, 30 sessões de radioterapia e uso do tamoxifeno por 5 anos. Não precisei fazer a “tão assustadora” quimioterapia. Com isso, não enfrentei os enjoos, a queda de cabelo e outros tantos efeitos colaterais desse tratamento.

Então, o que posso contar de importante do que aconteceu comigo é:


a) em primeiro lugar, o cuidado comigo mesma e a preocupação e disciplina em seguir à risca as recomendações dos médicos super cuidadosos, que eu tive a graça de encontrar no meu caminho. Descobri um nódulo em fevereiro de 2009, através de uma ultrassonografia, mas ele era tão pequeno, tão pequeno, que nada foi feito.

Minha ginecologista me pediu que acompanhasse de 3 em 3 meses, e assim o fiz. A cada exame realizado, ele crescia, e 2 punções foram feitas com resultado negativo. Até que, em dezembro de 2009, meu mastologista sugeriu remover o nódulo, apesar do resultado negativo das biópsias, já que ele tinha uma aparência “duvidosa”. E então veio o resultado positivo e a necessidade de nova cirurgia para aumentar a margem.

b) aqui entra o segundo ponto que considero importante partilhar: como recebi essa notícia. Mesmo sem saber como seria o tratamento e o prognóstico, uma certeza vinda de uma fé inabalável que tenho em Deus, me dizia para confiar que eu iria enfrentar bem a situação, e que iria sair dessa. Sempre fui positiva e otimista. Não deixei que o medo e o pessimismo me atingissem.

Ao longo desses 2 anos, muita coisa aprendi com o que me aconteceu, e, por isso, quis dividir nesse blog. Hoje sei da importância do diagnóstico precoce; de que quanto menor o nódulo, maior a chance de cura - o que foi fundamental no meu tratamento; e do conhecimento dos cuidados que todos, mulheres e homens, devem ter consigo para serem mais saudáveis.

Pensando nisso, fiz um curso de capacitação para fazer palestras sobre o assunto, e alertar outras pessoas que façam seus exames, não tenham medo do resultado, não fujam de um diagnóstico, porque, se “ele” estiver lá, o prognóstico será mais favorável se o tratamento for iniciado de imediato.

E aqui faço meu alerta final: homens TAMBÉM podem ter câncer de mama! Essa doença não é privilégio de mulheres. Portanto, senhores, tudo o que disse aqui, vale para os homens também.

Último recado: SE TOQUEM! Quem se toca, se cuida!

Patricia França Gomes

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